Análise da poluição do ar e o levantamento de doenças originadas da exposição dos funcionários ao estireno e ao material particulado em uma fábrica de sacos de polietileno na RMBH – MG
Resumo
Existe uma população de trabalhadores que executa atividades diversas nas indústrias geradoras de componentes poluentes, ou seja, pessoas que estão expostas diretamente a diferentes tipos de substâncias, no qual muitas vezes se desconhecem as doenças relacionadas às mesmas. Trabalhadores que não possuíam problemas de saúde e após serem contratados por uma empresa passam a apresentar quadros clínicos com sintomas de doenças como asma, alergia, enfisema pulmonar e até mesmo câncer. O presente trabalho vem abordar os principais poluentes atmosféricos e utilizar como exemplo o estudo de caso de uma empresa que produz sacos plásticos na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Os procedimentos metodológicos consistiram na análise do PPRA da empresa, juntamente com medições através da bomba gravimétrica, modelo Gillian 5, instalada em um dos trabalhadores exposto, visando identificar os índices de vapores de estireno e aplicação de questionário para identificar as doenças mais incidentes. A empresa amostrada está há cerca de 08 anos no mercado, com capacidade produtiva instalada de 300 t/mês de filmes de polietileno, possui 80 funcionários, em uma faixa etária de 18 a 56 anos. Os vapores de estireno e o material particulado entram no organismo do ser humano principalmente pelas vias respiratórias e cutâneas, cujos efeitos desta exposição afetam o sistema e respiratório e, de alguma forma, o Sistema Nervoso Central. Em outros casos, o contato com a pele causa alergias e irritações. Estudos sugerem que trabalhadores expostos à poluição atmosférica apresentaram maior prevalência de problemas de saúde em frequências altas, comprovando ter, esta condição, efeito tóxico no sistema respiratório, bem como comprovam que a exposição a este produto químico causa depressão do Sistema Nervoso Central. Os resultados demonstraram que 100% dos trabalhadores são acometidos por doenças relacionadas aos efeitos nocivos dos vapores de estireno e material particulado. As principais doenças identificadas no estudo, segundo pesquisa realizada junto aos funcionários os acometeram ou tiveram seus sintomas agravados após o início de trabalho na empresa, e são apresentadas juntamente com sua percentagem de ocorrência: dores de cabeça (75%), sinusite (58%), alergias (50%), ardência nos olhos (50%), rinite (33%), depressão (33%) e náuseas (16%). Tais dados se mostraram semelhantes a vários estudos publicados no meio cientifico e que comprovam a toxicidade da poluição atmosférica no ambiente em relação à saúde. Faz-se necessário controlar a exposição dos trabalhadores expostos a estes compostos, principalmente porque os efeitos por eles causados, se continuados podem virar problemas agudos de saúde, dentre outros, tais como câncer e tuberculose. Conclui-se que a situação ambiental na empresa é grave e necessita da implantação de melhorias ou medidas urgentes para mitigar os impactos na saúde dos funcionários, tais como: implantar de sistemas de ventilação e exaustão, colocar o PPRA em prática realizando reuniões com os funcionários para explicar a necessidade do uso de EPI’s. Situação está que demonstra a necessidade de fiscalização em empresas de pequeno e médio porte, pois estas empresas são geradoras de impactos ambientais e na saúde dos trabalhadores em grande intensidade, e normalmente não mereceu a devida atenção dos órgãos competentes.