Síndrome poliglandular autoimune tipo 1

a importância do cirurgião-dentista no diagnóstico na infância

Resumo

A síndrome poliglandular autoimune tipo I é uma doença autossômica recessiva rara, causada por mutações genéticas, que se inicia geralmente na infância. É definida classicamente pela presença de componentes da tríade candidíase mucocutânea crônica, hipoparatiroidismo e insuficiência adrenal. O objetivo do presente estudo é estudar e discutir os principais aspectos acerca dessa síndrome e como o cirurgião-dentista pode auxiliar no manejo clínico dela mediante a um diagnóstico precoce, ainda na infância. Trata-se de uma revisão de literatura, realizada por meio de uma exploração da base de dados da BVS, LILACS e PubMed, utilizando os descritores “poliendocrinopatias autoimunes”, “SPA-I”, “APS-1” e “candidíase”. A síndrome poliglandular autoimune é uma doença que apresenta autoimunidade contra múltiplos tecidos endócrinos e não endócrinos. O quadro clínico e o curso dessa síndrome são extremamente heterogêneos, variando desde casos oligossintomáticos até situações de alta gravidade. Embora o diagnóstico final seja do médico, o cirurgião-dentista pode colaborar no diagnóstico precoce da doença, onde os sinais e sintomas, além de episódios persistentes de candidíase podem ser observados pelo profissional. Conclui-se que se trata de uma síndrome rara, de evolução progressiva e que pode comprometer a saúde geral indivíduo afetado. A candidíase mucocutânea é o primeiro sinal a aparecer, persistindo durante anos e podendo ser acompanhada de queilite angular, hipoplasia do esmalte dentário e formigamento bucal. O dentista se torna de grande importância para reconhecer tal anormalidade, prestar a devida assistência e encaminhar para o médico especialista, a fim de favorecer um diagnóstico precoce e o prognóstico do paciente.